terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Mais duas novas unidades comerciais?! Não obrigado!

A propósito das duas novas unidades comerciais, o NEW CODE (comércio a retalho de vestuário) e ELECTRIC CO (comércio a retalho de electrodomésticos, vídeo, musica e novas tecnologias), que se pretendem instalar no espaço onde será o FEIRA NOVA, na freguesia de Tuías, recuperei um 'post' de Outubro de 2006, que entendo ser ainda actual.

Cá vai:
As Associações Comerciais, Industriais e Empresariais foram criadas com um dos principais objectivos, de proteger, promover e apoiar o denominado comércio tradicional ou comércio de proximidade ou ainda, o comércio local. O universo do comércio tradicional é constituído, fundamentalmente por empresas de reduzida dimensão, normalmente de cariz familiar e que se caracterizam pela relação muito próxima e intima com os seus clientes, normalmente habitantes da mesma rua, da freguesia ou em alguns casos, do mesmo quarteirão.

Muitas expectativas foram e são criadas aquando do lançamento de iniciativas e programas patrocinados pelo governo central (o último mais sonante foi o MODCOM) ou pelas autarquias locais, que visam dotar estas estruturas comerciais de meios e ferramentas para melhor resistirem à proliferação dos grandes centros comerciais e das médias e grandes superfícies, as designadas “UCDR´S (Unidades Comerciais de Dimensão Relevante)".

Parece notório que por muito que se esforcem, exceptuando alguns casos de sucesso, na modernização dos seus espaços comerciais e dotando a gestão com as ferramentas mais adequadas, o fim parece ser sempre o mesmo, ou seja, o fecho das portas, o que começa a ser visível em muitas vilas e cidades deste país (o ultimo exemplo que dei foi o caso de Braga). E, quase todos os dias, lemos e/ou ouvimos do interesse manifestado pelos grandes grupos económicos no lançamento de mais projectos.

Este é a contradição: gastou-se e gasta-se muito dinheiro em campanhas de sensibilização apelando aos consumidores que comprem no comércio tradicional; muitas autarquias gastaram e gastam dinheiro no encerramento de ruas transformando-as em zonas pedonais e, hoje, as lojas não têm gente; alguns comerciantes fizeram investimentos e esperam desesperadamente pelo retorno; e, no entanto, permitem a fixação no seu espaço territorial de grandes espaços comerciais sem reflectirem nas consequências futuras de tal tomada de posição.

Os políticos são eleitos para defenderem com sapiência, bom-senso, seriedade e inteligência os interesses das populações. Devem lealdade, e o cumprimento escrupuloso das promessas redigidas em programas eleitorais. Por isso são os escolhidos para trabalharem. Se assim o não é…

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